Antes de falar diretamente sobre a Paralisia Braquial Obstétrica (PBO), irei resumir a anatomia do plexo braquial.
O membro superior é inervado pelo plexo braquial, constituído pelo entrelaçamento de fibras nervosas provenientes dos ramos ventrais dos nervos espinhais C5, C6, C7, C8 e T1. A fusão das raízes do plexo forma seus troncos superior (união das raízes C5 e C6); médio (continuação da raiz C7); inferior (união das raízes C8 e T1). A partir do tronco são formados os fascículos e os ramos dos fascículos darão origem aos nervos terminais.
Os fatores que levam à lesão do plexo braquial incluem:
· Durante um parto difícil, a cabeça e o pescoço são forçados lateralmente, enquanto, ao mesmo tempo, o ombro no lado oposto é forçado para baixo ou mantido fixo com a cabeça e o pescoço;
· Bebê com alto peso ao nascimento;
· Trabalho de parto prolongado;
· Distância do ombro (muito grande para o canal de parto);
· Posição das nádegas e uso do fórceps.
A paralisia obstétrica se caracteriza pela perda de função dos músculos dos membros superiores devido a uma tensão neuronal por tração ou avulsão (rompimento) das fibras do plexo braquial durante as manobras obstétricas. As lesões do plexo braquial ocorrem em 0,4 a 2,5 em cada 1.000 partos.
Ela se manifesta através de três formas clínicas distintas, baseado na localização e graviade da lesão neuronal. São elas:
1. Paralisia Braquial Alta ou Erb-Duchenne: é o tipo mais comum (75%). É a lesão por tração dos troncos superiores (C5-C6) com paralisia resultante do ombro e da parte superior do braço. O recém-nascido não exibe qualquer movimento ativo no braço afetado. Alguma recuperação pode ocorrer durante os primeiros 6 meses.
2. Paralisia Braquial Total: envolve o plexo braquial inteiro, nenhuma recuperação é esperada. Há perda completa da sensibilidade e paralisia completa de todo o membro superior. O membro fica completamente flácido e insensível.
3. Paralisia Inferior ou Klumpke: é rara e afeta os troncos inferiores (C8, T1). A paralisia resultante compromete os músculos do antebraço e da mão. Não há um prognóstico favorável.
A Fisioterapia direta para o bebê deve ser aplicada principalmente quando a criança émuito jovem. Incentivar o retorno das habilidades motoras pode ajuda-lo a ter mais consciência do membro evitando assim lesões. O estímulo sensorial pode ser fornecido externamente, massageando o braço com uma toalha ou tecido macio, ou pode ser na forma de auto-estímulo, massageando o bebê com o próprio braço.
A criança em geral tem muitos recursos para encontrar soluções para suas dificuldades funcionais e o fisioterapeuta pode ensinar estratégias fazendo com que a criança desenvolva habilidades específicas de vida diária. Os exercícios de amplitude de movimento (ADM) para evitar ou minimizar as contraturas podem ser uma necessidade para toda a vida da criança que podem ser aprendidas e auto-administradas ao longo de seu desenvolvimento.
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