quarta-feira, 25 de abril de 2012

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segunda-feira, 16 de abril de 2012

Lesões Relacionadas à Prática dos Diferentes Estilos de Karatê nas Academias de Belo Horizonte

   Karatê é uma palavra japonesa que significa “mãos vazias”. É uma arte marcial que faz uso de todas as partes do corpo para fins de auto-defesa. Essa forma de luta tem origens remotas, pouco conhecidas e foi criada na ilha de Okinawa do arquipélago japonês e sua expansão pelo mundo ocorreu rapidamente a partir do século XX devido a Gichin Funakoshi, que é considerado o fundador do karatê moderno.
   A World Karate Federation (WKF), foi reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) em dezembro de 1998 e sua primeira participação em olimpíadas foi em Sidney, 2000. O esporte é praticado por mais de 50 milhões de pessoas em todos os cinco continentes, sendo que, destes, 1,4milhão o praticam no Brasil.
   Os estilos mais praticados no Brasil são goju ryu, shotokan, shito ryu e wado ryu. O kata ou “forma”, espécie de luta imaginária, é o que define o estilo a ser praticado. A sua execução correta proporcionam, aos alunos, movimentos em diferentes ângulos realizados pelas diferentes articulações do corpo humano.
  O karatê é uma prática através da qual o karateca domina todos os movimentos do corpo. A essência das técnicas é o kime, um ataque explosivo ao alvo usando a técnica apropriada e o máximo de força no menor tempo possível. A fonte de força está nos movimentos do corpo. Especialmente importante é o giro da parte superior do corpo em combinação com a rotação dos quadris. Os treinamentos frequentemente iniciam com aquecimento ou rotina de alongamentos.
   O karatê apresenta suas regras e algumas valem ressaltar como a proibição de técnicas com contato excessivo em função da zona atacada e técnicas com contato à garganta, ataques aos braços, pernas, virilha, articulações ou na face dorsal do pé, ataques à face com técnicas de mão aberta e técnicas de projeção (derrubar) proibidas ou perigosas.
  O Karatê é, frequentemente, citado entre os esportes com maior risco de lesão. Na cidade de Helsinque, Finlândia, houve um estudo no qual este esporte obteve a maior incidência de lesões: 142/1000 praticante, superando nesse quesito esportes como futebol, hóquei no gelo, basquetebol, voleibol e judô.
   O objetivo é descrever a prevalência de lesões decorrentes da prática do karatê, a partir de relatos dos praticantes nas academias de Belo Horizonte, Minas Gerais, filiadas à Federação Mineira de Karatê (FMK). Avaliando-se também, as regiões mais afetadas, os mecanismos de lesão, as reincidências e a procura por tratamento.
   A amostra foi de 48 praticantes, 9 academias registradas na FMK e todos os atletas federados que se encaixaram nos critérios de inclusão (praticante de karatê amador ou profissional há pelo menos 2 anos, não praticando outro esporte concomitantemente; qualquer gênero e ter idade entre 16 e 60 anos.)
   O questionário aplicado é composto de 13 questões, onde:
·         1 a 3 se referem ao histórico de lesões;
·         4 a 13 só serão aplicadas caso a pergunta 1 seja positiva;
·         4 e 5 se referem à localização e ao tipo de lesão sofrida;
·         6 e 7 se referem à recorrência destas lesões;
·         8 se refere aos possíveis tratamentos realizados;
·         9 a 11 se referem aos mecanismos das lesões;
·         12 se refere à gravidade;
·         13 diagnóstico médico das lesões.
   Foram entrevistados 37 atletas (77,1%) so sexo masculino e 11 (22,9%) do sexo feminino. Além disso, do total, 21 atletas (43,8%) eram praticantes do estilo kenyu ryu, 16 atletas (33,3%) praticantes do estilo goju ryu e 11 atletas (23%) praticantes do estilo shotokan.
   Dos 48 atletas, 41 (65,42%) relataram apresentar algum tipo de lesão e 7 (14,58%) relataram nunca ter sofrido alguma lesão decorrente da prática do esporte, apresentando uma média de 2,45 lesões por praticante.
   Dentre os tipos de lesão, o mais frequente foi a fratura, com 27,96%, ocorrendo no momento em que o praticante sofria o impacto, quando defendia, ou no momento em que atacava com um soco ou chute, condizente com a natureza do esporte, que é de contato.
   A segunda forma de lesão foi a lesão muscular/estiramento/distensão/ruptura/cãibra com 17,79% e, dentre essas, a distensão ocorreu em todos os casos relatados. Os atletas alegavam mal-aquecimento, principalmente relacionado ao alongamento, pois chegavam tarde ao treino.
   A região mais afetada foi a região dos pés/dedos dos pés com 19,49%, seguido de punho/mãos/dedos das mãos com (15,25%), sendo os seus mecanismos de lesão, respectivamente, chutando a região do joelho adversário ou o cotovelo, e socando ou defendendo algum golpe com a mão aberta.
   Através do resultado obtido pelo teste, pode-se dizer com 95% de certeza que não existe diferença significativa entre os três estilos com relação à distribuição e tipo de lesões em praticantes de karatê do município de Belo Horizonte.

Se desejarem o estudo na íntegra com outros resultados e análises entrem em contato.
Autores: Raphael Ávila Alves
              Leandro Barreto dos Santos